De acordo com a última
pesquisa da Organização Mundial da Saúde, realizada em 2010, a catarata é a
doença ocular responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo. Embora as
pessoas com maior predisposição para adquirir a enfermidade sejam os idosos, os
indivíduos que sofreram traumas oculares e inflamações intra-oculares também
podem desenvolver catarata. O diabetes e o uso indiscriminado de colírios estão incluídos na lista de fatores de risco. Em alguns
casos, a criança pode nascer com o problema. Geralmente, quando a mãe teve
rubéola ou toxoplasmose durante a gravidez.
A catarata provoca a
opacidade do cristalino, deixando-o esbranquiçado. O cristalino é uma lente transparente
que está localizada atrás da íris. A íris possui o formato circular, com os
pigmentos que dão cor ao olho, e também um orifício central chamado pupila. A
pupila permite a entrada de luz. Logo, os raios luminosos que entram pela íris
passam pelo cristalino. A função desta lente natural é direcionar a luz até a
mácula, situada na retina. A retina, por sua vez, possui neurônios capazes de
captar os estímulos luminosos. Eles são enviados pelo nervo óptico até o cérebro,
aonde a imagem será compreendida.
Estrutura do Globo Ocular Humano Origem da foto: Ficheiro Wikipédia |
Portanto, a catarata
dificulta a passagem de luz pelo olho humano. Como os raios luminosos não
chegam à retina da forma correta, a pessoa não enxerga claramente o que vê. Em
entrevista para o Doutor Dráuzio Varella, a médica e também coordenadora do Setor
de Catarata do Departamento de Oftalmologia do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo, Amaryllis Avakian, exemplifica a sensação. “No início,
a pessoa vê como se os óculos estivessem embaçados, como se houvesse uma névoa
diante de seus olhos”, conta.
Simulação da visão com catarata e da focalização dos raios luminosos na mácula. Crédito da Foto: Site Instituto de Olhos Renato Ambrósio. |
A doença só pode ser
diagnosticada por oftalmologista profissional. O tratamento depende de cirurgia.
A operação é simples e rápida. Consiste em substituir o cristalino atingido
pela catarata por uma lente artificial. Ela possui medidas específicas de acordo com cada
pessoa. A técnica empregada, atualmente, chama-se
facoemulsificação. Segundo a Dr. Amaryllis, a anestesia local pode ser
ministrada por meio de injeção ou de colírios.
O pós-operatório exige
cuidados como em qualquer intervenção. Depois de operado, o paciente sai da
sala de cirurgia com um tampão no olho. Dessa forma, evitam-se possíveis problemas.
A médica aponta que a porcentagem de pacientes com complicação após a cirurgia
é pequena: menos de 1%. No entanto, é preciso estar atento. “O contato com o
ambiente externo aumenta o risco de infecção e, conseqüentemente, o risco de
cegueira”, alerta a especialista.
Postado por Fabricia B.
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